sábado, 28 de março de 2015

Primeiro balanço das Comissões da Verdade no Brasil: o seu papel na agenda da justiça de transição



O CMVJ Pernambuco foi representado na IX Reunião do IDEJUST, pelo companheiro Rodrigo Deodato, que presidiu a sessão: "Graves violações de direitos humanos e o direito à memória, à verdade e à justiça".
A reunião, organizada pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo e pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, com o apoio do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da FFLCH/USP, da Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, do Centro Acadêmico Guimarães Rosa e do Centro Acadêmico XI de agosto, ocorreu no período de 26-27 de março de 2015, com a extensa pauta abaixo:





26 de março de 2015

Conferência de Abertura: Comissão Nacional da Verdade

Conferencista: Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari, Coordenador da Comissão Nacional da Verdade e Diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo
Presidente da Mesa: Paulo Abrão Pires Junior, Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça

15h- Lançamento do livro: Justiça de Transição - da ditadura civil-militar ao debate justransicional de autoria de José Carlos Moreira da Silva Filho

15h30-19h30 Workshop/Mesa 1: Comissões Estaduais da Verdade

Presidente da Mesa: Maria Amélia Teles, Fundadora da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos

Expositores confirmados:
Adriano Diogo, Presidente da Comissão Estadual da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
Anselmo Machado, Coordenador da Comissão Estadual da Verdade “Paulo Stuart Wright” – Santa Catarina
Betinho Duarte, Membro da Comissão da Verdade de Minas Gerais
Iranice Gonçalves Muniz, Membro da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba
Manoel Moraes de Almeida, Membro da Comissão Estadual da Memória e da Verdade “Dom Helder Câmara” – Pernambuco
Vera Karam de Chueiri, Membro da Comissão Estadual da Verdade do Estado do Paraná
Wadih Damous, Presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

Questões propostas aos expositores:

    Quais os principais objetivos da Comissão e em que medida eles foram ou serão atendidos?
    Quais as principais dificuldades encontradas ao longo do trabalho da Comissão?
    Como situaria os resultados do trabalho da Comissão na agenda da justiça de transição brasileira?

27 de março de 2015

Apresentação dos Trabalhos (Selecionados por Edital)

Sessão 1 – Comissões da Verdade no Brasil e no Cone Sul: balanços e comparações

Presidente da Mesa: Rossana Rocha Reis, Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade de São Paulo
Comentarista: Renan Quinalha, Doutorando do IRI/USP

Expositores:
    Fernanda Ferreira Pradal (Doutoranda PUC-Rio), Participação social no processo de funcionamento da CNV: análises e reflexões a partir de uma experiência de monitoramento – trabalho em coautoria com Moniza Rizzini Ansari (Doutoranda Universidade de Londres)
    Nina Schneider (Pesquisadora da University of Konstanz), Assessing Brazil’s truth commission(s): reflections on an appropriate framework
    Carolina Ferrari (Graduanda UFSC), Comissões da Verdade no Brasil e na Argentina
    Natália Lima de Araújo (Graduanda IRI/USP), O uso da lei de acesso à informação no âmbito da CNV
    Mariana Rezende Oliveira e Raquel Cristina Possolo Gonçalves (Estagiárias da COVEMG/ Graduandas UFMG), As dificuldades de acesso a documentos e informações de instituições militares: estudo comparado entre a CNV e a COVEMG – trabalho em coautoria com Raíssa Lott Caldeira da Cunha e Thelma Yanagisawa Shimomura (Estagiárias da COVEMG/ Graduandas UFMG)
    Amanda Melillo de Matos (Graduanda UFOP) e Natália de Souza Lisbôa (Professora UFOP), O reconhecimento do novo constitucionalismo latino-americano no relatório final da CNV
    Claudia Paiva Carvalho (Doutoranda UnB) e Paula Franco (Pesquisadora CNV), Comissões da Verdade e violência de gênero: uma análise comparada dos processos transicionais no Brasil e no Chile

Sessão 2 – A Comissão Nacional da Verdade e a agenda da justiça de transição

Presidente da Mesa: Emílio Peluso Neder Meyer, Professor da Universidade Federal de Minas Gerais
Comentarista: José Carlos Moreira da Silva Filho, Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Expositores:
    Silvia Maria Brandão Queiroz (Doutoranda UNIFESP), A democracia brasileira e a busca da verdade: os movimentos da justiça de transição nos sistemas de representação e em meio aos processos de subjetivação do contemporâneo
    Regiane Garcia de Souza (Graduanda da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), O paradigma da educação em direitos humanos no âmbito da justiça de transição com suporte sistemático no relatório da CNV – em coautoria com Alessandro Martins Prado (Professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)
    João Vitor Assis Dias (Pós-graduando da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), A CNV e seu papel na justiça de transição – em coautoria com Alessandro Martins Prado (Professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)
    Ricardo Silveira Castro (Graduando da PUC/RS), A natureza sistematizadora do relatório da CNV: uma análise a partir do discurso sobre a atuação do Poder Judiciário durante a ditadura civil-militar brasileira – em coautoria com Vanessa Dorneles Schinke (Doutoranda PUC/RS)
    Leonardo Campos Paulistano de Santana (Mestrando Universidade Federal Fluminense), Lei de Anistia, transição democrática e a globalização no século XX: contribuição do relatório final da CNV
    Jessica Holl (Graduanda UFMG), Comissões da Verdade: seu papel simbólico no resgate da memória no período pós-ditadura
    Thalita Leme Franco (Doutoranda USP), A CNV sob o prisma da influência da jurisdição internacional

Sessão 3 – Graves violações de direitos humanos e o direito à memória, à verdade e à justiça

Presidente da Mesa: Rodrigo Deodato de Souza Silva, Professor da Universidade Católica de Pernambuco
Comentarista: Maria Carolina Bissoto, Membro do IDEJUST
Expositores:
    Vanuza Nunes Pereira (Assessora da COVEMG), O terrorismo como arma política durante a transição: os eventos de Minas Gerais – em coautoria com Thelma Yanagisawa Shimomura
    Andrea Schettini Bandeira de Melo (Pesquisadora PUC-Rio) e Carolina de Campos Melo (Professora PUC-Rio), Quem é o desaparecido para a CNV? Uma análise sobre a adoção do conceito de desaparecimento forçado consolidado no direito internacional dos direitos humanos
    Camila Maria Risso Sales (Doutoranda UFSCar), A imprensa britânica e a tortura no Brasil
    Carla Osmo (Pesquisadora sênior e membro do comitê de relatoria do relatório final da CNV), A demonstração do caráter sistemático da tortura praticada durante a ditadura no Brasil: contribuições do Relatório Final da CNV
    Diego Oliveira de Souza (Técnico do Ministério Público Federal RS), A construção do conhecimento histórico por meio dos relatórios da CNV: a trajetória do oficial militar Freddie Perdigão Pereira
    Ana Carolina da Cunha Borges Antão (Mestranda Fiocruz), CNV: Uma reflexão sobre metodologia e ressignificação – o caso Félix Escobar

Sessão 4 – Movimentos sociais e as Comissões da Verdade no Brasil

Presidente da Mesa: Katya Kozicki, Professora da Universidade Federal do Paraná e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Comentarista: Pádua Fernandes, Membro do IDEJUST
Expositores:
    Ana Luiza Vieira Maia (Graduanda UFOP), Movimentos sociais na busca pelo direito à memória e à verdade e a CNV – formação da memória coletiva e identidade nacional
    Brígida Resende Rocha Mascarenhas (Graduanda da Universidade Federal do Tocantins), Os esculachos como mecanismos do direito à memória e verdade dentro do contexto transicional brasileiro – em coautoria com Aline Sueli de Salles Santos (Professora da Universidade Federal do Tocantins)
    Mariana Carneiro de Barros (Mestranda da Universidade Federal Fluminense), Políticas públicas para efetivação do direito à memória e à verdade no Brasil: o papel da CNV
    Maura da Silva Leitzk (Professora Faculdades João Paulo II), Encruzilhada Natalino: 30 anos de espera por justiça
    Manoel Severino Moraes de Almeida (Membro da Comissão Nacional de Anistia e da Comissão Estadual da Verdade Dom Helder Camara), Liberdade sindical, direitos humanos e memória: um estudo sobre a intervenção do Conselho Sindical dos Trabalhadores de Pernambuco – CONSINTRA
    Gabriel da Silva Teixeira (Doutorando UNICAMP) e Osvaldo Aly Júnior (Professor UNIARA), O começo do caminho: breve relato dos trabalhos realizados pelo Grupo de Trabalho Rural da Comissão da Verdade Rubens Paiva da ALESP – em coautoria com Clifford Welch, Danilo Valentin Pereira, Luciana Carvalho, Pietra Cepero Rua Perez e Yamila Goldfarb

Sessão 5 – Justiça Militar e Segurança Pública na ditadura e na transição democrática

Presidente da Mesa: Amarilis Busch Tavares, Diretora da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça
Comentarista: Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira, Professor da UFMG
Expositores:
    Felipe Lazzari da Silveira (Assessor no Ministério Público RS)– em coautoria com Bruno Silveira Rigon (Advogado), A hora é agora ! Reflexões sobre o momento criado pelo relatório final da CNV para a reforma das instituições de segurança pública
    Aline Sueli de Salles Santos (Professora da Universidade Federal do Tocantins), O caso das anistias políticas dos cabos da FAB licenciados pela portaria 1104/GM3/1964 e suas repercussões jurídicas
    Laís Meireles Leão (Graduanda da Universidade Federal do Tocantins), A judicialização da justiça de transição no âmbito nacional – em coautoria com Aline Sueli de Salles Santos (Professora da Universidade Federal do Tocantins)
    Roberta Maia Gomes (Pesquisadora UFRJ), Lei de anistia e responsabilização criminal dos agentes da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985): retrocessos e avanços judiciais na democracia
    Jéssika Larissa dos Santos Moreira (Graduanda da Universidade Federal do Tocantins), Análise da ação penal em que o Major Curió figura como réu e a sua importância no contexto da justiça de transição no Brasil – em coautoria com Aline Sueli de Salles Santos (Professora da Universidade Federal do Tocantins)
    Manoel Maurício Ramos Neto (Graduando Universidade Federal do Pará), A justiça militar como legado da ditadura civil-militar brasileira a ser superado

Sessão 6 – Dimensões internacionais e transnacionais da justiça de transição

Presidente da Mesa: James Green, Professor da Brown University
Comentarista: Deisy Ventura, Professora do IRI/USP
Expositores:
    Gabriel Roberto Dauer (Graduando UFSC), Marcas da memória – justiça de transição no Brasil e no Chile
    Giovanna Maria Frisso (Professora da Universidade Federal Fluminense), A contribuição da Comissão de Anistia para a justiça de transição em El Salvado: o Tribunal Internacional para Justiça Restaurativa em El Salvador
    Ana Luisa Zago de Moraes (Doutoranda em Ciências Criminais pela PUCRS), A CNV e a repressão ao estrangeiro: por uma justiça de transição em matéria de migrações
    Fernanda Conforto de Oliveira (Graduanda USP), A eficácia das ações transnacionais de resgate da memória sobre a Operação Condor
    Andrea Tourinho Pacheco de Miranda (Doutoranda UBA), O direito à identidade pessoal como direito à verdade face à violação dos direitos humanos nas ditaduras do Cone Sul

Workshop/Mesa 2: Comissões Temáticas, Locais e Setoriais

Presidente da Mesa: Raul Carvalho Nin Ferreira, Representante da Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Expositores confirmados: José Otávio Nogueira Guimarães, Coordenador de Investigação da Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade da Universidade de Brasília
Marcelo Zelic, Membro da Comissão Indígena da Verdade e da Justiça
Maria Hermínia Tavares de Almeida, Membro da Comissão da Verdade da Universidade de São Paulo
Mário Covas, Vereador e Presidente da Comissão Municipal da Verdade “Vladimir Herzog” – São Paulo
Vera Karam de Chueiri, Membro da Comissão da Verdade da Universidade Federal do Paraná

Questões propostas aos expositores:
    Quais os principais objetivos da Comissão e em que medida eles foram ou serão atendidos?
    Quais as principais dificuldades encontradas ao longo do trabalho da Comissão?
    Como situaria os resultados do trabalho da Comissão na agenda da justiça de transição brasileira?

18h – IX Assembleia do IDEJUST
19h30 – Encerramento

Fonte:

sexta-feira, 20 de março de 2015

Homenagem a Demócrito de Souza Filho - 70 Anos de Assassinato

Demócrito de Souza Filho
Morto há 70 anos, Demócrito de Souza Filho foi homenageado na quinta-feira, dia 19 de março, na Sala da Memória da Faculdade de Direito do Recife em ato promovido pelo Diretório Acadêmico do curso de Direito, a homenagem lembrou a vida de Demócrito.

O assassinato de Demócrito ocorreu na sacada do antigo edifício do Diário, na Praça da Independência, no Centro do Recife, no dia 3 de março de 1945. Ele discursava em defesa da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência quando tiro disparado por um agente de segurança o atingiu no peito. Outro tiro matou o carvoeiro Manoel Elias.

O presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Reynaldo Alves, compareceu ao evento, que reuniu também membros do Comitê da Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco, da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara e representantes da comunidade acadêmica. Também na homenagem o irmão de Demócrito, Jorge Tasso de Souza.

“A vida de Demócrito engrandece a memória e a história do povo pernambucano”, destacou o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique. Ele aproveitou a ocasião para destacar a participação dos estudantes nos recentes protestos pelo país. “O meio acadêmico começou uma reação importante nos últimos anos, voltando a participar da cena política do Brasil e da luta por bandeiras de causas justas como o combate à corrupção”, destacou.

"Esse é um ato pela memória dele e é importante porque a luta dele era pela democracia. O nome do DA é Demócrito de Souza, ele sempre é lembrado, mas esse ato fortalece isso", comentou um dos integrantes da atual gestão do Diretório, Gregório Padilha.

Ao falar sobre a coragem de Demócrito de Souza Filho, Pedro Henrique chamou a atenção para o fortalecimento das instituições no combate por um governo e sociedade mais justas. “A democracia é uma fina flor que devemos regar e cuidar todos os dias, independente de adotarmos uma política de esquerda, direita, conservadora ou liberal. A democracia é uma conquista de todos”, concluiu. Ao fim da solenidade, foi inaugurado no jardim da Faculdade de Direito um busto do homenageado, obra do artista plástico Abelardo da Hora. Uma visita ao túmulo de Demócrito, no Cemitério de Santo Amaro, encerrou a programação.

A cerimônia foi organizada por representantes do movimento Zoada, que está à frente do Diretório Acadêmico, que leva o nome do homenageado.

Fonte: