Foto reprodução Twitter/@FlavioDino |
"No Maranhão, mudaram de nome dez escolas com nome de militares que governaram na ditadura instaurada em 1º de abril de 1964.
A decisão, de alcance histórico e exemplar, foi do governador Flávio Dino.
Ele considerou os nomes, apontados no relatório da Comissão Nacional da Verdade, de autores de atos contra a democracia.
Foram rebatizadas seis instituições como o nome do primeiro ditador, Humberto de Alencar Castello Branco.
Duas que homenageavam o seu sucessor, Arthur da Costa e Silva.
E outras duas que reverenciavam Emílio Garrastazu Médici.
Os três foram oficiais do Exército que ocuparam o Planalto sem ter recebido nem um só voto popular.
A escolha dos novos nomes das escolas, ao contrário, teve a participação das comunidades, incluindo os alunos.
Na ditadura, imposição.
Na democracia, a soberania do voto.
A lista lá no alto mostra quem rebatizou quem, em nove municípios.
Dois centros de ensino Médici viraram Paulo Freire, o educador preso e perseguido pela ditadura.
Um
Castello Branco passou a ser Vinicius de Moraes, o poeta e compositor
contra quem, na condição de diplomata, a ditadura aprontou no Itamaraty.
Saem de cena personagens em cujos governos cidadãos brasileiros foram mortos no horror da tortura.
E
entra quem escreveu versos como:
“E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude''.
“E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude''.
A decisão de Flávio Dino deveria inspirar todos os
governantes que dizem rejeitar o entulho autoritário da ditadura, mas
permitem que crianças e jovens frequentem estabelecimentos que celebram
tiranos.
Nem tudo está perdido."
Fonte e texto: blog do Mário Magalhães
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