domingo, 15 de fevereiro de 2015

Evento: 60 anos de Fundação das Ligas Camponesas; 90 anos da líder camponesa Elizabeth Teixeira e 100 anos de nascimento de Francisco Julião

Organizado pelo Memorial das Ligas Camponesas de Sapé, e com apoio do Comitê Memória Verdade e Justiça de PE, universidades, sindicatos, entidades defensoras dos direitos humanos, realizou-se em Barra de Antas, Sapé, Paraíba, nos dias 13 e 14 de fevereiro, evento comemorativo pelo transcurso dos:
  • 60 anos de Fundação das Ligas Camponesas.
  • 90 anos da líder camponesa Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro Teixeira, assassinado em abril de 1962, 
  • 100 anos de nascimento de Francisco Julião  
Elizabeth Teixeira
Francisco Julião
Vindos das mais variadas regiões do Nordeste, camponeses e líderes sindicais se deslocaram a fim de homenagear Elizabeth Teixeira, símbolo da luta pela reforma agrária no país. Personagens históricos das lutas camponesas estiveram presentes, entre eles, João Stédile, líder nacional do MST, deputado federal Luiz Couto, ex-deputado federal constituinte Agassiz Almeida, deputado Frei Anastácio, Edival Cajá e Anacleto Julião.




As comemorações iniciaram-se com o coral da UFPB cantando, sob a batuta do maestro Geraldo
Menucci, o hino das Ligas Camponesas, com letra de Francisco Julião, acompanhado pela Orquestra Santa Cecília, de Sapé.

Antônio Alberto Pereira, um dos coordenadores do evento e professor na UFPB disse: Neste momento, vamos demonstrar a nossa gratidão por todos os que lutaram pela reforma agrária.
Oradores marcados por suas lutas em defesa dos camponeses e dos direitos humanos discursaram. João Stédile disse: A luta pela reforma agrária teve nas ligas camponesas lições de coerência e resistência, tão bem personificadas em João Pedro Teixeira, Pedro Fazendeiro, Francisco Julião, Nego Fuba e Elizabeth Teixeira.

Luiz Couto, usando da palavra, acentuou: Desde o período colonial que o latifúndio fez verdadeiros feudos, através de ocupações de vastas extensões de terra. A nossa luta simbolizada em Elizabeth Teixeira é contra a opressão que esmaga os camponeses do país.  Anacleto Julião, filho de Francisco Julião, relembrou momentos difíceis da luta camponesa.

O deputado Frei Anastácio, um vigilante lutador pelos camponeses, ressaltou: Desde os meus anos de mocidade estou incorporado nas lutas dos camponeses. Elizabeth Teixeira, como tantos outros vultos que marcaram a nossa recente história, dentre eles Dom Helder Câmara, Dom José Maria Pires, Gregório Bezerra, Agassiz Almeida, Francisco Julião, João Pedro Teixeira e Pedro Fazendeiro deixaram os seus exemplos de dedicação à causa camponesa, e recentemente este imbatível lutador João Stédile. 

Encerrando, discursou o ex-deputado federal constituinte Agassiz Almeida: Companheira Elizabeth Teixeira, em nome dos resistentes e sofridos camponeses, ofereço esta lembrança emoldurada em madeira do Cristo Crucificado. Dele se irradia a luz da verdade para a consciência dos justos e dos homens que labutam nos campos.

Sob esta visão temos abraçado a causa que possibilita aos camponeses o imperativo direito de um pedaço de terra para trabalhar.

Desde o final da década de 1950, como deputado estadual, assumi a causa da luta pela reforma agrária. No trágico 2 de abril de 1952, as garras do latifúndio assassinaram João Pedro Teixeira; no dia seguinte, requeri CPI a fim de apurar os mandantes e executores do traiçoeiro crime. O golpe militar de 64 libertou e escancarou o poder aos covardes homicidas do imolado líder pela causa agrária, João Pedro Teixeira.

Neste momento, valente Elizabeth Teixeira, os teus anos se confraternizam com o hoje e o passado e bradam: marchemos para o futuro sem temer quaisquer desafios.

Documentário Cabra Marcado para Morrer

Sinopse: "Início da década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos própios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar."

Sinopse: "Depois da conclusão de "Cabra Marcado Para Morrer" (1964-1984), Eduardo Coutinho manteve contato regular com Elizabeth Teixeira, mas não com seus filhos. No início de 2013, o realizador faz uma visita a Elizabeth e sua família no Rio de Janeiro e na Paraíba."

Entrevista com Elizabeth Teixeira, realizada em janeiro de 2015

Fontes:
Site Adital

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A Ditadura Militar e o Genocídio do Povo Waimiri-Atroari

Link para adquirir o livro

O Comitê Estadual de Direito à Verdade, Memória e à Justiça do Amazonas, lançou o livro: "A ditadura militar e o genocídio do povo Waimiri-Atroari: "por que kamña matou kiña"?" originada da pesquisa que fundamentou o 1° Relatório do Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas, e que revela com grande riqueza de detalhes e farta documentação os crimes da ditadura militar praticados contra aquele povo indígena, por ocasião da abertura da BR-174 que liga Manaus/AM a Boa Vista/RR. Atesta, ainda, que no período de 1972 a 1977 mais de 2.000 indígenas morreram assassinados e por doenças levadas pelos invasores de suas terras.
O documento também denuncia uma estratégia cuidadosamente montada, que se mantém desde a ditadura militar até os dias de hoje, para evitar que a verdade, em toda a sua dimensão, seja revelada e de domínio público.