quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Homenagem do CMVJ-PE à Carlos Marighella



LIBERDADE

Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.

E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome

Carlos Marighella
(Salvador, 5/12/1911 – São Paulo, 4/11/1969)

* Poema escrito em São Paulo, no Presídio Especial, no ano de 1939.

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